quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Dimensões e pré-disposições II

Cativa, insana e doce
mistério por vezes indecente
Sujeita a trovoadas
de ventos, impertinente

Ela era só delírios
No mar, diante do sol nascente
Sua imagem era o colírio
dos olhos do lugar
Olhos não só de olhar
mas de sentir, de rir e chorar

Viagem de aventura
ouvir seu canto pelo ar
Vibrava qualquer criatura

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

FiM

Silencia a platéia lentamente
Quando findas as vozes o silêncio grita
O interruptor estala e as luzes se apagam
resta uma luz apenas, fugindo pela fresta
estreita sob a porta do camarim
Encerra-se assim o espetáculo desta noite
Nas cadeiras da platéia suor e poeira
Na tábua corrida do palco, carvão e gesso
cenário suspenso e silêncio
Resquício de texto e pegadas pelas coxias

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Dimensões e pré-disposições I

Num impulso pueril
Ele atravessou a porta
Saiu sem tocar o chão

Era um trovão
Poesia torta
Rompante de emoção

Quando voltou carregava
Em uma das mão sorriso
Na outra sofreguidão

Alegrou quem sonhou consigo
e toda a alegria irradiou
Sabia semear amigos
e sua colheita não tardou

Seu contorno era abstrato
mas seu nome concreto
Tocavam as nuvens suas ideias
seus pés agora no chão