segunda-feira, 16 de junho de 2008

Viva a Multietnicidade!

O nosso grande Brasil, orgulha-se de sua 'constituição diversa', orgulha-se de ser o país das misturas, brasileiro genuíno não tem etnia pura! Não há raça ausente na genética do povo brasileiro. Viva a diversidade de cores credos e hábitos (será?)...
Sexta-feira fria no outono de Pelotas, jornal do almoço ao vivo da Fenadoce, coisa rara! Que história nova irá "ao ar" este ano? Pois, eis que surge uma promissora reportagem sobre a multietnicidade em Pelotas, cidade pólo deste canto quase esquecido na imensidão do país!
Eu pronta pra ouvir, a repórter conta: "os primeiros a chegar foram os Portugueses, fundadores da cidade, que se desenvolveu por tais e tais motivos ...já no século XX, temos a chegada de italianos e alemães que contribuíram aqui e acolá, aparecem franceses, orientais e mais recentemente os árabes que contribuem com o comércio, principal atividade da Pelotas atual!" e fim. Pulei do sofá: FIM!!! Como assim, a maioria da população de Pelotas é de negros, me corrija se estiver errada. Comparável a Salvador, Pelotas é a cidade com maior população de afro-descendentes de todo o Sul deste imenso e multiétnico país! Não é exagero dizer que a cidade só existe pela presença desta "fatia étnica", o sangue o suor e as marcas de seus representantes está em cada Casarão do centro histórico, utilizados como cartão postal pela própria Fenadoce! Enfim, fiquei falando sozinha com a TV, que já havia pulado para os comerciais, só eu e minha indignação, indigna talvez já que se tratava da RBS TV Pelotas, contando uma historinha em tom de homenagem pro Estado inteiro ouvir, agradando e atraindo visitantes/turistas em potencial. Como praticamente não há negros no restante do estado, pra que falar nessa pouco presente etnia?!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Andar


As vezes faz bem andar na rua sozinha logo cedo da noite quando ela é recém chegada

andar em silêncio assim pisando torto na calçada

me escuto mas não me vejo e continuo calada

Por horas nem pareço acordada...

Ando inventando caminhos, desarmada

Morro em uma rua em outra, vivo

escuto pouco quase nada, só ruídos

A noite segue e também eu, sigo...



quinta-feira antes da chuva que nem chuveu!


segunda-feira, 2 de junho de 2008

O que sou....





Trilhos urbanos visitados numa noite clara;
Uma partícula suspensa entre dois universos paralelos...
uma aquarela talvez, que foi esquecida no quintal;
um lago sem margens que a cada dia reinventa o pôr-do-sol;
uma rua infinita, cheia de becos-sem-saídas, e bares pelas calçadas...
um tango enbebibo em vinho envelhecido num palco pouco ilumionado;
uma boneca de pano que caiu do caminhão de mudança;
a orelha rasgada da última página de um Jorge Luis Borges...
uma película de chaplin esquecida entre os cupins da gaveta emperrada;
uma pegada apagada pela maré na praia da fronteira;
um barco naufragado numa ilha desconhecida;
uma virgula mal empregada por um estudante secundarista...
uma faísca provocada por um fio desencapado;
um risco feito pelo calcanhar na areia da beira do rio;
reticências de um pensamento inconcluido...